Última princesa.
Último
andar.
Última
torre.
Última vez.
Escalei
para te resgatar. Teu dragão desconhecido parecia extinto. Entrei, encontrei-te,
e ao sair de lá, a criatura levantou-se. Rugiu e cuspiu fogo, mas a armadura
enferrujada de anos mal sentiu o calor. Mas a ti, e a seu cravejado vestido de
mentiras, queimou.
Estava
então nua e ferida. Tropeçou nos degraus da torre enquanto eu esfaqueava o
dragão. Mas tu caíste no abismo.
Deixei
o monstro, já não me afetava, e te estendi a mão. Mas, mesmo nua, ferida,
queimada e humilhada, tu guardaste o orgulho e escolheste a morte a meu
auxílio.
Pois
caia, caia e morra, pois talvez morrendo, tu encontres uma renascença devida, e
renasça com tua armadura e tuas espadas para matares teu dragão.
Pois
tenho em mim meus próprios dragões, e tu fizeste tua escolha, pensas ser rainha,
princesa, e nua sem coroa, tu cais.
E
aproveite a queda, pois o caminho do retorno à superfície é longo e dolorido,
mas ao subir, talvez faças por merecer tuas novas vestes; menos nobres e menos
frágeis, mas mais reais.
Tu
negaste meu braço, então cai. Cai tu e tua mentira, teu cetim tecido de fantasias
enquanto dormindo estavas.
Agora
acordas sozinha, e aprenderás que um dia tu acreditaste que podia ter tudo, e
acorda agora no fundo, sem nada.
Não
grite mais pela ajuda do Cavaleiro de Prata, pois ele não virá.
Adorei a vibe medieval e a metáfora do texto!
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