domingo, 3 de março de 2013

A Queda II – Enjoy the Crestfallen

Original text - click for english version: Enjoy The Crestfallen

Última princesa.
Último andar.
Última torre.
Última vez.

Escalei para te resgatar. Teu dragão desconhecido parecia extinto. Entrei, encontrei-te, e ao sair de lá, a criatura levantou-se. Rugiu e cuspiu fogo, mas a armadura enferrujada de anos mal sentiu o calor. Mas a ti, e a seu cravejado vestido de mentiras, queimou.
Estava então nua e ferida. Tropeçou nos degraus da torre enquanto eu esfaqueava o dragão. Mas tu caíste no abismo.
Deixei o monstro, já não me afetava, e te estendi a mão. Mas, mesmo nua, ferida, queimada e humilhada, tu guardaste o orgulho e escolheste a morte a meu auxílio.
Pois caia, caia e morra, pois talvez morrendo, tu encontres uma renascença devida, e renasça com tua armadura e tuas espadas para matares teu dragão.
Pois tenho em mim meus próprios dragões, e tu fizeste tua escolha, pensas ser rainha, princesa, e nua sem coroa, tu cais.
E aproveite a queda, pois o caminho do retorno à superfície é longo e dolorido, mas ao subir, talvez faças por merecer tuas novas vestes; menos nobres e menos frágeis, mas mais reais.
Tu negaste meu braço, então cai. Cai tu e tua mentira, teu cetim tecido de fantasias enquanto dormindo estavas.
Agora acordas sozinha, e aprenderás que um dia tu acreditaste que podia ter tudo, e acorda agora no fundo, sem nada.
Não grite mais pela ajuda do Cavaleiro de Prata, pois ele não virá.

Authar Alluar




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