Texto de 2009, encontrado no meio de recibos velhos.
Não assinei contrato que justifique o fato de tomar o mesmo veneno que todos bebem, à mesma medida que todos sorvejam: o mesmo cálice, o mesmo trago, não assinei...
Ainda todos me vêem como anormal, por não enlouquecer num padrão, viver dias tão tabelados quanto a estampa das flanelas que vos cobrem os peitos nus. Não assinei.
Eles, vocês, assinaram. Se embebedam nos períodos e frequencias, e dali a pouco saem; e quando saem, é como um tique no segundo do relógio circular, enquanto o que lhes comanda são os infinitos doze números que só hão de parar quando a vida lhes abandonar os corpos.
E a pouca liberdade que lhe resta é assistir a si mesmo desacelerando sobre a mesma linha que percorreu a vida toda, e sempre passou pelos mesmos ponteiros.
"O mundo é redondo".
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